Terminou neste ultimo domingo o Simpósio Nacional dos Programas de Vela dos USA, que começou após o término da conferência mundial do desenvolvimento da ISAF. O esforço de todos é a expansão de programas sustentáveis e a abertura para que a vela possa alcançar um número muito maior de adeptos. Segundo Eduardo Sylvestre, que é o diretor de desenvolvimento da CBVela, e o representante do Brasil no evento, “ficou claro que mundialmente a vela está percentualmente menor, talvez por que há trinta anos, não tínhamos tanta concorrência com vídeo games, jogos online, e uma indústria de entretenimento em caça pelo tempo livre de jovens e crianças, o que faz com que muitos pré adolescentes já iniciados na vela ou não, acabem se afastando nesta idade”. A pergunta então é o que nossas confederações, federações, clubes e escolas estão fazendo para manter nossos filhos engajados na vela? Será que só um programa somente de “Optimist” é o suficiente? Sylvestre afirma que não é preciso ser um gênio da criatividade para expandir a vela no nosso país. Projetos já consagrados mostram que um programa envolvendo vela de aventura, por exemplo, tem um crescimento muito maior e uma desistência muito menor na adolescência, ao invés de programas exclusivamente voltados para a alta performance, ou regatas. A ISAF irá lançar brevemente um programa que já é um sucesso nos USA, chama-se “REACH” ou “Alcançando”. Este programa é baseado no STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática) é um currículo baseado no ensino destas matérias em prol da vela. Você imagina levar seu filho pra velejar no clube e num dia sem vento, por exemplo eles vão testar a água, checar se ela esta contaminada ou não através de testes simples, ou desenvolver protótipo de veleiro para checar por que um catamarã é mais rápido que um monocasco, ou estudar os vetores de uma raia de regata? Este tipo de ensinamento tem atraído muito mais velejadores, por ser divertido e ensinar de maneira sustentável e lógica. Outro desafio discutido nesta semana foi o porquê de número de meninas na prática da vela tem diminuído na adolescência. A ISAF está empenhada para que este número cresça. Para isso a ISAF está desafiando Confederações a criar programas para aumentar o numero de meninas velejando. O que nossos clubes estão fazendo? Será que estamos dando espaço com programas voltados para a inclusão? Neste ano a CBVela está lançando vários cursos em todo o Brasil para instrutores e técnicos de vela em linha com a ISAF. Também está lançando 2 livros um para quem quiser aprender a velejar e outro para instrutores e técnicos. Padronização do ensino desde a iniciação até o treinamento de alto rendimento é uma prioridade para sermos reconhecidos internacionalmente pela ISAF. Este programa está sendo desenvolvido e está a disposição de clubes e escolas de vela através do Depto. de Desenvolvimento da CBVela. Sabemos que temos muito o que aprender e crescer, mas o importante é reconhecer que precisamos nos capacitar mais e mais, capacitar nossos instrutores e técnicos, para que nosso esporte cresça com base firme e possamos continuar fazendo campeões não só em regatas mas pra vida toda através da vela. Eduardo Sylvestre foi nomeado “Expert” pela Isaf em 2014 em três áreas, ensino, treinamento e Mentor. |
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